quarta-feira, maio 09, 2012

Necessidade... necessidade...

Cada vez mais necessito deste espaço que, em verdade, talvez seja uma das melhores coisas que criei para mim. Aqui eu desabafo, viajo, reclamo e elogio, admiro e critico a mim e aos outros, como se a máquina fosse o padre por trás do confessionário. Heresia? Não sei. Aliás, nem quero entrar no assunto religião agora. Só quero escrever, deixar as palavras correrem pelos meus dedos, personificando o meu pensamento. Só isso.

Por falar no que eu ando pensando, mas que férias de merda. Não viajei, não fiz um curso, não visitei lugares. Me lembrei das minhas últimas férias, e que no meio delas, eu já desejava voltar ao trabalho, tamanho stress que ela me proporcionou. 
Só queria que estas fossem diferentes. Mas parece que estou amarrada picologicamente a não sei o quê. Primeiro foi o falecimento da minha avó. É óbvio que ficamos todos tristes e abalados, mas gosto de lembrar das pessoas em vida, rindo e se divertindo, em como posso aplicar seus ensinamentos. Saudades todo mundo têm, mas não acredito que a anulação seja o meio mais produtivo de se vencer qualquer dificuldade. É o mais fácil, sem dúvidas, mas não creio que seja realmente o desejo de quem parte deixar alguém sofrendo. Eu sofro pelo meu avô e pela minha mãe. Acredito na dificuldade e no pesar que estejam passando, mas sou mais crível à recuperação do meu avô (em tomar as rédeas da vida. em voltar a trabalhar e a respirar um pouco de ar puro), do que na da minha mãe. Espero que ela considga dar uma reviravolta. 
Será que é egoísmo meu achar isso? Não estou obrigando ninguém a ser como eu, só estou transmitindo uma opinião e, aliás, é pra isso que este espaço serve. Nem estou apressando nada, só gostaria de tirá-la da inércia e dizê-la que ela pode fazer muitas coisas por ela mesma, que ainda pode aproveitar a vida. Talvez eu faça isso hoje.
A segunda coisa foi a doença do meu marido. Isso realmente foi um baque em nossos planos. Óbvio que ninguém deseja ficar doente, ainda mais nas férias. Mas isso está sendo um suplício para mim. Lavar, passar, cozinhar, cuidar da casa, enfim, assumir esta carga sozinha é que me dá nos nervos. E eu já estou de saco cheio de ser a reclamona, a chata e implicante. Mas será que nunca vai chegar a minha vez? Mais uma vez, será que é egoísmo meu? Será que não tenho direito de aproveitar as minhas férias, ou o aproveitamento que a vida vai me proporcionar é este e eu tenho que admirar o lado belo de colocar roupa pra lavar? É pedir demais que a vida seja um pouquinho legar comigo desde que eu cumpra as minhas obrigações? E sozinha? Custo a crer que seja a vida em si que me pregou tal peça; talvez eu mesma tenha permitido isso e, agora, seja tarde demais para reclamar. Será? 

Vou marcar mais uma vez o cabelereiro para sexta feira e descontar em mim todas as minhas frustrações, como há anos venho fazendo. Esta máquina é minha testemunha.

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