sexta-feira, maio 11, 2012

A Conselheira

Descobri há muito tempo atrás que sou excelente conselheira. Engraçado pensar que, nós - os conselheiros, dificilmente adotamos os conselhos que damos. Talvez seja porque a situação apresentada seja diferente da nossa, ou talvez seja por orgulho mesmo. 

Dia destes estava conversando com minha mãe. Ela ainda está muito abalada com a morte da minha avó - afinal, mãe dela. Ela estava muito pra baixo e eu comecei a dar conselhos. Disse que ela tinha uma biblioteca linda em casa e que poderia voltar a ler os clássicos, que precisava de umas horas para ela, pra meditar, refrescar a mente, se cuidar, sair pra pegar sol e dar uma caminhada. Ela observou atentamente minhas palavras e, no dia seguinte, lá tinha ido ela dar uma volta. Ler, ela ainda não consegue, mas manifestou um profundo desejo de escrever. Parece que eu acertei no presente então: comprei um laptop. Ela vai estranhar, afinal, é avessa as modernidades - nem usar um celular direito ela sabe - mas tenho fé que ela vá aprender. Paciência para ensinar eu tenho, e ela tem para aprender. O presente vai funcionar para o meu pai também. Eles precisam ser inseridos no mundo tecnológico e, cá pra nós, a vida virtual é muito sedutora, às vezes. Enfim, ela manifestou este desejo de escrever e o laptop vai servir bem, inclusive para distrair. 

Mas os conselhos né... Eu dificilmente consigo aconselhar a mim. Fico enrolada em situações, que por muitas vezes me levam ao desespero, e não consigo ver uma luz no fim do túnel. 

Tempo para mim? Pelo menos, desde que eu criei ste espaço, consigo ter. 

Pelo menos isso.

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