Como sempre, mesmo de férias, eu
continuo acordando antes do despertador tocar. Sim, eu mantenho este velho
hábito de colocar o despertador para tocar porque sou uma pessoa extremamente
diurna. O dia foi feito para ser vivido, respirado até o último raiozinho de
Sol desaparecer lá no morro (^^). É impressionante como uma manhã de
segunda-feira é capaz de jogar meu humor lá nas alturas. Não, eu não sou louca.
A idéia de começo que a segunda-feira me proporciona é fantástica. Acho que é
por isso que eu gosto dos dias... noites foram feitas para dormir, e em sua
plenitude.
Dia 3: Casa de amigos e Museu da
Língua Portuguesa
Rumo à Barra Funda. É a última
estação de metrô da linha vermelha e é para lá que rumou nosso destino pela
manhã.
Nosso amigo nos pegou na estação
e tive o privilégio de caminhar a largos passos por esta cidade grande. Grande
caminhada que me fez respirar o ar de domingo à beira do mergulhão (eu ando
meio poética por aqui). Uns 15 ou 20 minutos depois, chegamos ao apartamento
deste querido amigo. Pequeno, simples, mas aconchegante, você se sente
integrante daquela família abençoada. Nos recebem com sorrisos, abraços e
beijos, curiosos em saber nossas histórias, e nós as deles. Rimos muito.
Fomos almoçar em um restaurante
próximo, muito bonito e com comida gostosa. Rimos mais e pra valer. Como o
tempo passa rápido assim...
Não poderíamos desejar melhores
companhias para a visita ao MLP. Que encanto, e que barato. Quisera o Rio de
Janeiro ter este suporte e oferecer ao seu povo tal entretenimento de qualidade
e a um preço bom.
Viajei no tempo, de volta aos
corredores gelados da faculdade, onde ressuscitávamos os mortos para estudar
suas línguas. Confesso que por muitas vezes a emoção visitou meu olhar e tive
que construir um rápido muro de contenção para que as lágrimas não corressem
rosto abaixo. Como é bom ser conhecedora de algo e, principalmente, ser
valorizada por isso. Me vi ali, naquelas paredes cobertas de palavras, como se
me fundisse com aquela estrutura e, agora, estivesse lá para sempre. E de fato,
estou.
Desfilei pela exposição de Jorge
Amado, assisti ao enorme painel contar sobre músicas, religiões e tantas coisas
interessantes de que são feitas de nossa Língua. Ouvi Fernanda Montenegro
narrar da origem das palavras, e de como a linguagem nos faz seres únicos. Vi o
teto de uma estação de trem se transformar em céu, em nuvem e no paraíso da
Língua, com citações de livros e poesias que inflaram meu peito de orgulho. Saí
de lá com o espírito renovado, como uma manhã de segunda-feira, na época da
minha saudosa faculdade.
Dia 4: Santa Ifigênia
O paraíso do Eletrônico. Nunca
pensei que pudesse haver tanta loja de produtos eletrônicos junta. E parecia
uma árvore: o tronco principal era a Sta. Ifigênia e os galhos eram as ruas
transversais à ela e que também eram lotadas de tais lojinhas.
Ouvi meu marido perguntar coisas
tantas vezes que decorei, e quando alguém me perguntava se eu precisava de
ajuda, repetia as mesmas coisas que ele e obtinha a mesma resposta: não. Que bizarro.
Fiquei imensamente feliz de
conhecer aquele mundo tão colorido e digital, com inúmeros produtos e para
todos os fins. Na verdade, nem sabia que poderia haver tanta coisa. Meu mundinho
é realmente limitado; tão limitado que fiquei deprimida ao ouvir uma menina
atropelar a língua ao descrever 3 computadores em menos de 2 minutos – com todos
os componentes e funcionalidades. Me senti uma ameba, de fato. Como posso ser tão
alienada perante ao futuro certo? Sei lá... mas que foi estranho, bizarro e
intimidador, isso foi.
Mas andamos muito, muito, muito
pelas galerias daquele lugar. Observei os diversos idiomas que lá povoam, em
especial o árabe (me perdoem os lingüistas e estudiosos por não diferenciar os
idiomas nesta hora). E como havia meninas – de véu – trabalhando!!!! Que lindo!!!!!
E que lindas!!!
Amanhã, 25 de Março nos espera...